Canto último
E um dia, quando eu nada for,
quando o brilho dos meus olhos,
quando o brilho dos meus olhos,
vazando, se diluir na terra,
e os vermes corromperem meus lamentos
e prostituírem meus melhores pensamentos;
nesse dia, quero que digas
que ao menos para ti eu fui bom.
E que meus olhos sempre te ofertavam cantigas
quando, nas tardes,
e os vermes corromperem meus lamentos
e prostituírem meus melhores pensamentos;
nesse dia, quero que digas
que ao menos para ti eu fui bom.
E que meus olhos sempre te ofertavam cantigas
quando, nas tardes,
vinhas vaidosa dos pecados que me trazias.
E beijavas minhas lembranças
E beijavas minhas lembranças
boas e más, em minha fronte.
E diluías teu sorriso em minha boca.
Depois, teu corpo brotava dos meus dedos,
e respiravas, então profundamente...
E diluías teu sorriso em minha boca.
Depois, teu corpo brotava dos meus dedos,
e respiravas, então profundamente...
Dize, e minha sombra não se abrirá
em cruz nas estradas nuas.
Dormirá tranquila,
Dormirá tranquila,
apascentando os seus próprios pecados.
Dize, e o ermo do meu chão,
onde minha palavra se tornará pedra
e meu riso se fará lodo,
será menos ermo
Dize, e o ermo do meu chão,
onde minha palavra se tornará pedra
e meu riso se fará lodo,
será menos ermo
e será menos chão.
(B.W)
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