sábado, 29 de janeiro de 2011

A FAZENDA - Ilustrações de Iaperi



A FAZENDA

Na fazenda me fiz, longe
à  dor e ao falso.
Espingardas nao feriam
o canto-pássaro;
Os teteus idilionavam
sobre a lagoa
E o milharal florescia
em sóis e brasa.
O verão tornava a carne
da terra em pedra
Mas as chuvas amansavam
os bois na serra;
O boi morto transmudava-se
em fogaréu
e os urubus em fulvo mel;
Xiquexiques não feriam
O céu aberto
das tardes, como em mim
o verde sexo;
Meu avô desconhecia
a metafísica
E dizia: "Antes, seguir
a vida à risca".
(BW)

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