quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

QUE MARLENE....E NÃO É QUE É MARLENE...


QUE MARLENE....E NÃO É QUE É MARLENE...

            E nao é que MARLENE DIETRICH acaba de entrar, sem bater, e cheia de provocaçao, ainda segurando o trinco da porta, me grita: "Quero um uisque!" Mas, a esta hora, MARLENE, é quase meia ­noite, que dirão os vizinhos? E além do mais, você assim ... nesse vestido aberto ... essas pernas de fora ... me deixa em paz, MARLENE ... 
            A mulher está impassivel, mão no trinco da porta, um olhar de onça no cio, cigarro no canto da boca. Só falta cantar "LOLA LOLA".Que fazer?'Largo o livro e saio, como um louco, em busca de um uisque. Grito pelos corredores da casa: "Um uisque para MARLENE DIETRICH! Pareço Ricardo I querendo trocar seu reino por um cavalo.
            Afinal, volto, copo de uisque na mão. Puro em um copo pequeno, sem gelo, como ela gosta ... Quando chego, a terríve1 mulher já nao está com a mão no trinco da porta. Está deitada no sofá, olhando para o teto, jeito muito debochado, uma perna na parede, outra atirada para o chão, cigarro ainda no canto da boca. Passou-lhe o uísque. Não vou dizer que ela segurou o copa porque é pouco. Ela agarrou o copo. Com garras, com unhas que unhas terríveis as de MARLENE DIETRICH! com dentes. E tomou a dose de uma só vez. Cinco minutos depois, pulava do sofá e cantava exatamente o "Lola Lola". No meio da sala lânguida. Cigarro entre os dedos, corpo em chama, pernões para o ar.
             MARLENE, MARLENE. ..
(BW)

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